Sim, eu quero dar tudo de melhor para meu filho.
A melhor educação, a melhor criação, a melhor festa, a melhor viagem, a melhor.... Mas onde isso vai parar?
Outro dia fui a festinha de 1 ano do filho de um casal de amigos, veja bem, 1 ano. Ele deve estar começando a andar e ainda não fala. Imagino que não deve ter muitos amiguinhos, provavelmente crianças mais velhas, filhos dos amigos dos pais.
A festa foi num buffet, com tudo que tinha direito.... personagens fantasiados, teatrinho, "montanha-russa", piscina de bolinhas, brinquedão, etc.
Para os papais tinha todos os tipos de bebidas e comidinhas, num salão a parte, claro. As crianças ficavam com as babás.
Fora os fotógrafos e filmadores, que mais pareciam paparazzis, dignos de um astro de Hollywood.
Ficamos um tempo, afinal, ainda não tenho criança (fora da barriga) e as festinhas são legais, mas nem tanto para passar uma tarde toda!
Quando me dei conta que ainda não tinha visto o aniversariante. E o bebê perguntei, cadê?
Responderam: Dormiu!
Simples assim. Não o vi. Ele estava dormindo quase a festinha toda! Iam acordá-lo para o parabéns!
Fiquei me perguntando, para que tudo aquilo? Tem necessidade de fazer uma festa, gastar mais de R$10.000,00 (certeza que pela produção e número de convidados, menos do que isso não foi) se o próprio aniversariante mal faz ideia do que estava acontecendo? Para mostrar para os amigos?
Na hora de ir embora, tinha a mesa com as lembrancinhas. Isso mesmo, no plural. Todas as opções possíveis de lembrancinhas. A começar por uma mochilinha aonde as crianças guardavam as outras lembrancinhas que incluía estojo de canetinhas, brigadeiros de bisnaga, bloquinhos de anotações, bem-casados, e não consigo me lembrar do resto. Tudo personalizado, claro.
Ok, eu adorei, achei uma graça...mas me preocupa.
Fico imaginando a criança que os pais não podem dar uma festa dessa... vai sofrer bullying na escola?
Ou quando forem em uma festa mais simples, normal.... vão achar ruim? Vão perguntar aonde está o magico, o palhaço, os monitores, os personagens? Afinal, não basta ter apenas uma atração.
Sabe quando "menos é mais"? Na arquitetura usamos muito esse conceito.
Criança gosta de brincar, pode ser com brinquedinhos da 25 de março, não precisa ser personalizado. Aliás, criança gosta de coisas simples, como bolinha de sabão. Como a mãe e o pai brincando junto.
Como ouvir historinhas. Muitas vezes basta um simples playground com gira gira e escorregador.
Criança gosta de pintar, de plantar, de se sujar.
Mas não é isso que tenho visto nas festinhas.... e sim um show, um desfile com trocas de figurinos que mais parece uma competição entre os pais ou um baile de debutantes. A começar pelo convite.
Lembro das minhas festinhas na escola.... as próprias crianças faziam e usavam uma coroa de papelão toda enfeitada. O pai que tirava as fotos e tinha aquele bolinho delicia, feito em casa, embrulhado um a um no papel alumínio (era o cupcake da época). Bons tempos!
Ou o "must have" que era a festinha no McDonald´s... Tudo bem, que não é dos lugares mais nutritivos etc, mas em dia de festa pode, né? Eu amava! E era tão simples....
Sim, vamos comemorar! Mas, que tal, rever nossos conceitos e exageros? Como queremos preparar nossos filhos para o futuro, para a vida real? Posso apostar que isso tudo influência de alguma maneira.
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