Dezembro de 2012, quase férias, várias festinhas de final de ano, um mês relax... eu havia tirado com DIU com consentimento do meu marido, afinal o assunto gravidez era um tema presente em nossas conversas. Mas não tinha pressa e não gostaríamos de chegar naquele momento de desespero e ansiedade absurda por um filho. Não queríamos transar com data e hora marcada, então deixamos rolar....
Eu queria muito engravidar, o quanto antes. Não por achar que estava na idade ideal, ou por ser a hora, ou por ver as amigas, etc...não sei explicar. Uma vontade muito grande, interna mesmo, será que era o tal relógio biológico? Já vivenciava a maternidade muito antes de começar a tentar. Lia blogs, lia relatos de parto, tirava dúvidas com as amigas mães.
Meados de Dezembro. Meu marido "deixando rolar" e eu, na intenção. Apressadinha que sou, comecei a pesquisar na internet quais eram os sintomas da fecundação, sintomas da concepção e assim por diante. E não é que eu tinha todos! Ou foi um surto psicótico ou eu estava, de fato, muito conectada com meu "eu interior". Pois são sintomas sutis, praticamente imperceptiveis.
Divagações a parte, serei mais objetiva na história.
Dia 19/12/12, quarta-feira (dias antes das férias de final de ano), lá fui eu para mais uma sessão de terapia (claro que a gravidez também era assunto recorrente). Eu tinha a certeza absoluta que estava grávida mas ainda faltavam 10dias para a data prevista da menstruação. Iríamos para praia na sexta-feira por uns 15 dias. Férias merecidas, eu estava num ritmo louco de trabalho.
E, advinha, as férias estavam atrapalhando tudo! Meu dilema era como eu ia curtir (leia-se, beber, correr, andar de bicicleta, etc) ? E se eu realmente estivesse grávida? Não queria fazer nada de "errado". Por outro lado, e se não passasse de um surto psicótico? Eu deixaria de aproveitar as férias e ainda ficaria extremamente frustada quando a menstruação viesse.
O caso devia estar sério, minha psicanalista já me preparando.... "olha, tem casais que demoram mais de um ano para engravidar, é super normal","você quer tanto engravidar que está sugestionando os sintomas, seria melhor parar de ler sobre isso, deixar de fato rolar","ta bom, ta bom, estou vendo que essa ansiedade não vai passar assim.... o que acha de fazer um exame de sangue antes de viajar?"
Sorriso de orelha a orelha. Era uma ótima idéia, já que ela, como médica, poderia me receitar.
Outra angústia tomou conta de mim, será que eu queria mesmo saber se estava ou não? E se não, teria que esperar mais um longo mês... ai ai ai.
Mesmo assim, resolvi pegar o atestado e decidir depois se faria ou não o exame.
Abre aspas, até então meu marido não sabia de nada. Não quis contar para ele dos meus sintomas. Acho que ele iria se sentir pressionado e preocupado, pois sabia provavelmente eu não estaria grávida e viram longos meses de ansiedade pela frente, tudo que ele não queria.
Dia 20/12. Resolvi acordar bem cedo e ir fazer o exame, em segredo, antes de trabalhar. Consegui seguir com meu dia, obra, escritório, casa..sem pensar no assunto!
Dia 21/12. Último dia de trabalho do ano, a viagem marcada para depois do almoço.
Tinha um b.o. (termos de peão) em um obra. Marquei com o pedreiro as 8hs para dar tempo de fazer tudo pela manhã.
8h15m, nada dele. 8h30m, nada dele. 8h45m e eu ainda sentada no banco do prédio esperando. Celular, só na caixa... pensei que ele já estivesse tomando umas e outras. Mesmo assim, resolvi que esperaria até as 9hs.
Enquanto isso, não é que acho o protocolo do exame?O resultado iria sair por volta do 12hs. Mas já que estava sem fazer nada, resolvi olhar pelo celular mesmo. Tchan tchan tchan, resultado já estava disponível. Com as mães tremendo, cliquei. HCG 24.
E o que isso significa? Abaixo de 1, negativo. Acima de 25, positivo. E 24??? é o que? Ligeiramente grávida?
Pedreiro chegou e eu muito nervosa. Subimos para resolver o b.o.
Entre uma furadeira e outra, rezando para não pegar um cano, quebrar um azulejo, etc, tentava ligar para minha G.O. que já estava viajando. Então, mandei uma mens. para psicanalista, afinal ela é médica, mãe e devia saber o que o 24 significava.
Alguns minutos se passaram, talvez mais de meia hora e meu telefone toca! Era ela.... "Andrea, Parabéns! Pelo visto, você tinha razão."
Eu estava ligeiramente grávida! Eu sabia, eu sabia! Depois ela me explicou que o óvulo foi fecundado, mas que podia não vingar. Parece que isso acontece, e tem mulheres que nem ficam sabendo, pois acabam menstruando depois de um tempo. O ideal seria refazer o exame dentro de alguns dias para ver se a taxa do HCG aumentará.
E agora, conto ou não conto para o meu marido? Ele precisava saber! Sempre imaginei que quando engravidasse, minha menstruação atrasaria alguns dias, nós desconfiaríamos e então, teste de farmácia. Mas, resolvi sentir tudo que tinha direito antes do tempo.
Então, sai da obra, parei numa loja de bebê e comprei um babador. Parei numa papelaria e comprei uma caixa. Depois fui para o escritório, escrevi um cartão, coloquei o resultado do exame junto.
Cheguei em casa logo após hora do almoço. Meu marido estava sonolento no sofá, me esperando.
Entreguei a tal caixa, sem nada escrito.
Ele abriu a caixa, leu o cartão, viu o babador e nada! Simples assim, nada! Não entendeu!
fofo, né? imagina o susto da pessoa!! |
eu: "um babador"
ele: "para que?"
eu: "para o bebê usar"
ele: "que bebê?" (minha cunhada estava grávida e ele pensou que fosse uma lembrançinha para ela)
eu: "você leu o cartão?"
Mais minutos se passaram.... ele leu novamente o cartão.
ele: "como assim, você tá grávida?como isso aconteceu?" (preciso explicar?)
eu: "ligeiramente grávida".
Mistos de emoções....primeiro ficou irritado, pois fiz o exame sem contar e desconfiava sem contar.
Depois, enxurrada de lágrimas.
Resumindo, fomos para praia e levamos um teste de farmácia. No dia previsto para menstruação, fizemos o teste e deu positivo. Não contamos para ninguém pois queríamos aguardar os 3 primeiros meses.
Quando chegamos fizemos um jantar de começo de ano e contamos a novidade para pais/mães e irmãos. E desde então, só alegrias!
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